Será que é hora de aprender a costurar e dedicar o dinheiro que você tem guardado em máquinas de costura e de bordado? Tudo indica que sim e por vários motivos. Um deles é o crescimento da procura por pessoas que costurem máscaras!
É isso, mesmo! A necessidade de usar máscaras de proteção movimentou a rotina de muitas costureiras no interior do Brasil, que fecharam vendas não apenas para o consumidor direto, mas também com empresas que precisam oferecer o equipamento de proteção individual para a sua equipe.
Foi o que aconteceu, por exemplo, no interior de Pernambuco, onde as costureiras começaram a ter muita demanda de clientes direto, investiram em maquinário e passaram a trabalhar em casa. Com isso, as empresas do setor acabaram ficando sem mão de obra, ou seja, faltaram costureiras e a demanda era alta. Tudo isso em plena pandemia.
“Muitas pessoas estão nos contatando e no Agreste surgiu uma lacuna. Com o recebimento do auxílio emergencial, as costureiras começaram a investir em seus trabalhos dentro das próprias casas, comprando máquinas, tecidos já cortados, pintados e ganham com venda da unidade. Então, os grandes fabricantes que usavam da terceirização do trabalho delas estão sem costureiras”, comenta Manoel de Moura, presidente da cooperativa.
Crescimento da preocupação em movimentar a economia local
Outro ponto a ser considerado é que com a pandemia, muitas pessoas mudaram o seu hábito de consumo e, agora, estão se preocupando em movimentar a economia local. Com isso, muitos estão optando por mandar fazer as suas roupas sob medida ou até optar pela moda customizada.
Vale destacar que a moda customizada já era uma tendência, mesmo antes da pandemia. Isso, aliado ao despertar da consciência social, fez com que a busca pela mão de obra do setor de corte e costura tenha crescido em vários locais.
Há também uma tendência a procurar uma peça única. “Peças feitas sob medida ou até de lojas, mas que são modificadas por costureiras, são cada vez mais usadas pelas pessoas que procuram por exclusividade”, disse o especialista Orson Cândido Benedetto, que é coordenador dos cursos de Moda do Senac Novo Hamburgo, em entrevista.
“Outro fator é que começamos a perceber que temos que nos apoiar regionalmente, comprar do pequeno mercado, fazer roupas com a costureira do bairro. Temos a exclusividade das peças, pois, se foi feita para mim, ninguém mais terá igual. As pessoas também estão cada vez mais preocupadas com o impacto que o consumo exagerado causa no ambiente”, garantiu.
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